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Foto do escritorInês Cortez

Marta: a metamorfose da estátua viva


Fonte: Maria Vieira, jornalista do Penumbra


“A minha mãe é estátua!” É o que diz, na escola, o filho de Marta, uma estátua viva na Rua das Flores.


Marta começou a ser estátua viva por sugestão de um amigo e desde então não quis sair da rua, dizendo que sente que dá muito de si mas também que recebe imenso das pessoas. “As pessoas gostam de estátuas.” Às vezes, alguns lojistas pedem para que fique perto das suas montras, para que mais pessoas reparem no seu ofício depois de olharem para Marta.


Marta, que é das artes plásticas, leva várias personagens para a sua. A mais conhecida é a de caixa de música, onde Marta faz de boneca deste instrumento mecânico, mexendo-se ao barulho de uma moeda a cair no pote à sua frente. A música clássica mantem-se constante, alta o suficiente para chamar a atenção de quem passa, mas não para incomodar quem vive ou trabalha onde está.



Fonte: Maria Vieira, jornalista do Penumbra


Marta também faz Água, uma personagem sua através da qual este líquido tão essencial à vida ganha uma forma humana, disfarçando-se com cores que fazem os reflexos da água em conjunto com o verde da natureza ou cor de cobre da ferrugem.


Fonte: Metamorphosis by Marta - Instagram profissional da Marta


Marta traz muitas personagens capazes de surpreender, como A Pintura e A Rádio Saudade.


Fonte: Metamorphosis by Marta - Instagram profissional da Marta


A concentração de Marta é notável ao fazer as suas personagens, mantendo a expressão intacta até a moeda cair, bem como o esforço físico que faz para se manter imóvel durante muito tempo. A atenção ao detalhe, nomeadamente de personagens que nos levam ao rústico e à nostalgia, fazem com que esta seja uma experiência encantadora, que nos leva a um mundo mágico, pois o que tem a água, pinturas, rádio e caixas de músicas em comum? Um sentimento do essencial, do encantador, do que nos pode levar até outro lugar, a flutuar.


Fonte: Metamorphosis by Marta - Instagram profissional da Marta


Marta tem um talento inigualável numa comunidade conhecida como talentosa além-fronteiras. Os portugueses têm ganho reconhecimento em concursos internacionais de estátuas vivas, como é o caso do duo “Strapafourd – Art Alive“ de Cátia Ferreira e Vitor Hugo, que venceram a 13ª edição do maior festival internacional de estátuas vivas, “World Living Statues Festival” em Arnhem, nos Países Baixos.


Mas temos boas notícias. Não é preciso ir para o estrangeiro para apreciar este talento. Afinal de contas, um dos maiores festivais de estátuas vivas do mundo é em Espinho. Contudo, também não precisa de sair do Porto. O “Sapateiro” é um exemplo de outra personagem icónica da cidade que pode ser encontrado na Ribeira.




Já a Marta, quem quiser ver uma das suas personagens ao vivo, pode fazê-lo na Rua das Flores.


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